É possível monitorar WhatsApp?

É possível, mas ilícito e existem métodos mais eficientes. Monitorar o aparelho celular de uma pessoa, mesmo que do próprio cônjuge é crime previsto na lei de interceptação telefônica e telemática. 

Segundo o advogado de uma agência de detetive particular em Curitiba “o que existe na prática é um grande golpe no mercado, no qual o cliente deposita metade antes do monitoramento de WhatsApp e a outra metade não vão te cobrar, já que o serviço não vai ser prestado e o cliente perde o dinheiro da entrada”. 

E isso é muito frustrante para o cliente porque ele não vai fazer um boletim de ocorrência, já que estava em busca de uma interceptação clandestina e não teve o “serviço” prestado. 

O monitoramento de WhatsApp não é feito pelos golpistas, uma vez que não é possível monitorar remotamente, independente do modelo do aparelho. Sem o acesso ao aparelho não seria possível monitorar. 

A tecnologia de monitoramento remoto de aparelhos celulares só está disponível para poucos órgãos de segurança de países específicos. Além dela não ser comercializada para pessoas, custa não menos do que alguns milhões de dólares aos Governos. Ou seja, o ideal é que o cliente fique distante dos falsos detetives que oferecem esse tipo de serviço. 

Já o monitoramento de celulares de maneira física, ou seja, com o aparelho em mãos e com a tela desbloqueada existem inúmeros programas piratas. Mas para isso o aparelho não pode ser Iphone. 

Dentre alguns programas para monitoramento de WhatsApp, podemos citar o Brunoespião e o Mspy. Ambos não são seguros e não funcionam como deveriam, há grande quantidade de reclamações no site reclameaqui e clientes insatisfeitos. 

Tais programas não funcionam porque é preciso desbloquear o aparelho, não funcionam uma vez que não é compatível com o Iphone, não se sabe quem lê a conversa do outro lado. Tais programas infringem a lei de interceptação telefônica e lei de proteção de dados. 

O adequado é que seja realizado uma investigação por profissionais capacitados, sem expor os dados do investigado, sem que haja o risco de as senhas do investigado serem expostas com aplicativos piratas. 

Imagina ter uma foto vazada ou dinheiro desviado porque foi instalado um sistema de captação de dados ilegal no celular do investigado. O indicado ao cliente é que seja procedida uma investigação por detetives particulares sem arriscar a segurança da família do cliente e investigado.

Curitiba, 14 de dezembro de 2022